Começa a Década Internacional dos Afrodescendentes. Nossa categoria sempre na luta contra o racismo
No final de 2014, a Organização das Nações Unidas (ONU) lançou oficialmente o período entre 1º de janeiro de 2015 a 31 de dezembro de 2024 como a “Década Internacional dos Afrodescendentes”. O período será utilizado para aprofundar os debates e as iniciativas de combate ao racismo no mundo.
O Sindilimp-BA e a CUT-BA utilizarão este período para aprofundar nossa luta contra o racismo. Durante o evento de lançamento da “Década Internacional dos Afrodescendentes”, em dezembro, o presidente da Assembleia Geral, Sam Kutesa, destacou que “as pessoas de descendência africana sofrem racismo em todos os países” e que os próximos 10 anos vão permitir uma reavaliação das práticas sociais e políticas que têm impacto negativo sobre essa população. Segundo ele, deve haver predisposição dos Estados para a formação social contra o preconceito.
O Brasil estava representado pela então ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial do Brasil (SEPPIR), Luiza Bairros. Em janeiro, houve a posse da nova ministra da pasta, a também negra Nilma Lino Gomes, docente da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), mestra em Educação, doutora em Antropologia Social pela Universidade de São Paulo (USP) e pós-doutora em Sociologia pela Universidade de Coimbra.
O racismo no Brasil mata!
Dados comprovam que morrem mais negros do que brancos no Brasil. Segundo o Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência e Desigualdade, os jovens negros têm 2,6 mais chances de morrer do que os brancos. Os dados da pesquisa foram atualizados em 2014 para incluir a desigualdade racial, e o resultado foi que o risco de os adolescentes e jovens de 12 anos a 29 anos sofrerem violência aumenta quando esse fator é levado em conta. A média se refere a 2012, último ano em que há dados consolidados, e mostra pequeno aumento em relação há cinco anos. Em 2007, o risco nacional era 2,3.
Encomendada pelo governo federal ao Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a pesquisa também faz um recorte por unidades da Federação e coloca a Paraíba no topo do ranking. Lá, a chance de o jovem negro morrer violentamente, assassinado ou em acidentes de trânsito é 13,4 vezes maior do que a do jovem branco. No Paraná, estado com menor risco, a proporção é inversa, pois a taxa de homicídios de jovens brancos é um pouco maior que a de negros: 0,7. Valores mais próximos de 1 indicam maior proximidade entre os dois segmentos.
Secretário de Juventude, Esporte e Lazer do estado, Carlos Ribério Santos lembrou que as autoridades públicas locais estão atentas para o problema e que os dados não são uma “novidade”. Ele informou à Agência Brasil que desde 2011 algumas ações estão sendo desenvolvidas no âmbito do esporte, da cultura, educação e saúde, na tentativa de “criar um cenário favorável à diminuição dessa mortalidade”, mas que “ainda é cedo” para apresentar resultados.