Terceirizados da Educação estadual realizam protesto em diversos colégios da Bahia
Sem receber salários há pouco mais de dois meses e sob risco iminente de demissão e perda de benefícios, trabalhadores terceirizados vinculados à secretaria estadual de Educação (SEC) iniciaram, nesta terça-feira (8), uma série de manifestações em escolas públicas, em busca de atenção do governo para suas questões.
Entre os manifestantes estão funcionários dos setores de limpeza, cantina e administrativo. A direção do movimento é da CUT-BA e Sindilimp-BA.
De acordo com o vereador Luiz Carlos Suíca (PT), originário do Sindicato dos Trabalhadores em Limpeza Pública (Sindilimp-BA), a categoria realizou, nesta terça, protestos no Colégio Central (Avenida Joana Angélica), no Colégio Estadual Landulfo Alves (Água de Meninos) no Centro Múltiplo Escola Oscar Cordeiro (Calçada), e no Instituto Anísio Teixeira (IAT), (Avenida Paralela). Além disso, segundo o vereador, dezenas de escolas em municípios do interior – como Vitória da Conquista e Itabuna – aderiram às manifestações.
Os trabalhadores afirmam que não recebem salários há pouco mais de dois meses, sendo que alguns já completam o primeiro trimestre sem ver a cor do dinheiro. “Eles estão sendo humilhados. Imagina o funcionário ter que ir todo dia ao local de trabalho sem que lhe paguem o transporte público. É um absurdo”, lamenta Suíca.
Além da falta de pagamento, o vereador explica que grande parte das empresas não repassa aos terceirizados benefícios como assistência médica e odontológica. “O estado assina o contrato disposto a pagar valores referentes à assistência médica, mas a maioria das empresas geralmente ignora e deixa de fazer o repasse ao trabalhador”, diz Suíca.
Polícia e ameaças – O vereador alertou ainda para o fato da polícia ser acionada para conter a manifestação. “Os trabalhadores estão protestando de forma pacífica. E mesmo assim, chamaram a Rondesp (destacamento de Rondas Especiais da PM baiana). Veja, não há policiamento suficiente para conter a criminalidade em Salvador, mas destacam cinco viaturas para conter uma manifestação pacífica de trabalhadores que não recebem salários há três meses!”, disse indignado.
Os trabalhadores contam que são constantemente ameaçados de demissão caso continuem faltando ao trabalho. De acordo com o Sindilimp, as manifestações e a suspensão dos serviços de terceirizados devem durar por tempo indeterminado, ou até que os pagamentos sejam realizados de forma integral.