Sindilimp e diversas entidades realizam manifestação no campus Juazeiro da Uneb contra o racismo e a prepotência
O Sindicato dos Trabalhadores em Limpeza Intermunicipal Juazeiro e Região (Sindilimp-Juazeiro), Levante Popular da Juventude, NAEND’A (Núcleo de Arte e Educação Nego D’água), DCE-Univasf, Norte BA Crew, P1 Rappers, Grupos de Capoeira, IRPAA (Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada), FEAB (Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil), professores de Univasf (Universidade Federal do Vale do São Francisco) e da Universidade do Estado da Bahia (Uneb) promovem um ato nesta sexta-feira, 17, das 9h às 12h uma manifestação contra a discriminação racial dentro e fora do espaço da Uneb.
No dia 19 de setembro, no Departamento de Ciências e Tecnologias Sociais da Uneb em Juazeiro, Campus III, uma funcionária que por medo de represália não quer seu nome revelado e que chamamos de ‘Fátima’, cumpria suas tarefas e viu o estudante do segundo período de Agronomia, Marcus Vinicius Reis, sentado sobre a mesa pediu que o mesmo saísse e teve como resposta: ‘É por isso que eu não gosto de preto! Preto não vale nada’. Surpresa com tal atitude, a colaboradora então retrucou questionando se ele sabia que poderia ser preso por racismo. Nesse momento Ana Gardênia Sampaio de Oliveira, também estudante do curso e namorada de Marcus Vinicius zomba da funcionária dizendo que ela não teria como provar. Um claro ato de racismo, prepotência e sentimento de absoluta impunidade.
“As entidades entendem que além de racismo aconteceram casos de ameaça de agressão, constrangimento e assédio moral que devem ser combatidos e decidiram realizar, depois de um mês da primeira atitude racista, uma ação política e cultural na manhã desta sexta-feira, 17. A funcionária ‘Fátima’ está sendo coagida e até mesmo um também estudante de Engenharia Agronômica da Uneb foi ameaçado e registrou um boletim de ocorrência contra Marcos Vinicius. Não podemos deixar atitudes como estas passem impunes. Nossa indignação é total e vou registrar na Câmara Municipal de Salvador nosso repúdio ao racismo”, afirma o vereador Luiz Carlos Suíca, diretor licenciado do Sindilimp-BA.
“A lei Nº 7.716, homologada em 5 de Janeiro de 1989 traz no Artigo 1º que serão punidos, na forma da Lei, os crimes resultantes de preconceitos de raça ou cor e no Artigo 20 que praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional é crime e não um mal entendido como quer fazer crer o agressor. É inadmissível que um estudante se utilize da hierarquia da instituição e da cor da sua pele para agredir e humilhar qualquer pessoa, seja esta auxiliar de serviços gerais ou detentora de qualquer outro cargo, estando ou não nas dependências da Uneb. Repudiamos esse tipo de ação e não nos calaremos diante de situações opressoras. Convidamos todas e todos de Juazeiro e região a participar do ato político com apresentações musicais, danças e graffitti para abrir o debate em relação à discriminação racial dentro e fora do espaço da Uneb”, finaliza Elielson Figueredo, da direção do Sindilimp-Juazeiro.