CUT-BA manifesta preocupação com crise hospitalar e saúde do trabalhador
O Sindilimp-BA e a Central Única dos Trabalhadores (CUT-BA), através do Departamento de Saúde do Trabalhador, dirigido pelo sindicalista Edson Conceição Araújo, manifestaram preocupação das entidades diante da crise hospitalar que atinge diretamente os trabalhadores e a população em geral.
“Recentemente o Sindicato dos Eletricitários da Bahia (Sinergia) promoveu uma grande mobilização em toda a Bahia para denunciar o descaso da Coelba em relação aos prejuízos dos seus funcionários por conta do impasse entre o Bradesco Saúde e os médicos. Os funcionários da Coelba enfrentaram dificuldades em realizar procedimentos e de serem atendidos pelos médicos. A situação foi denunciada pela direção do Sinergia para que a Coelba atuasse de forma firme na busca de solução. Agora estamos diante das crises no Hospital Espanhol e Hospital Alayde Costa”, disse.
O sindicalista lembra que no caso do Hospital Espanhol cerca de 2 mil trabalhadores serão atingidos diretamente além de já estarem há três ou quatro meses sem receber salários. “A direção do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde da Rede Privada (SindiSaúde) e a CUT-BA exigem que os direitos dos trabalhadores sejam respeitados. Não fomos nós, trabalhadoras e trabalhadores, que criamos a crise financeira e administrativa que levou ao fechamento do Hospital Espanhol, em Salvador. A crise do hospital começou há dois anos. O fechamento da unidade é uma perda para a capital baiana, já que 250 leitos, entre eles 60 de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), serão desativados”, afirma o sindicalista.
Edson Conceição Araújo lembra que está programada para esta quarta-feira (10), às 19h30, no Sindimed, uma assembleia dos médicos das enfermarias e da UTI do Hospital Alayde Costa, localizado em Escada, no Subúrbio Ferroviário para discutir o andamento das providências frente às ameaças que sofrem. Os médicos pediram demissão coletiva após a troca de gestão para a Pró-Saúde. Com a mudança veio a proposta de redução salarial acentuada, apresentada pelo novo diretor, Paulo Pimenta. A ameaça foi a gota d’água que se somou às precárias condições de trabalho na unidade. “Os médicos afirmam que a decisão é irrevogável – mesmo que a instituição venha a desistir da intenção de comprimir os salários -, em função da má reputação da Pró-Saúde. Assim, já deram um prazo de 15 dias para proceder a transferência dos pacientes internados e providenciar a alta dos que estejam em condições de serem liberados”.
O dirigente cutista preocupa-se diretamente com a situação da UPA de Escada, que funciona na mesma unidade. “Os médicos receberam a indecente proposta de redução salarial e decidiram que caso a Pro-Saúde não volte atrás, mantendo os atuais salários, passarão a atender apenas os casos de urgência e emergência, com base no processo de classificação de risco, a partir do próximo dia 15 de setembro. Diante da gravidade da situação, o Sindimed já solicitou reunião com o secretário de Saúde do Estado, Washington Couto, e está encaminhando ofícios às demais autoridades ligadas à saúde (Cremeb, Ministério Público Estadual, Ministério Público do Trabalho, Ministério do Trabalho, Prefeito de Salvador, Governador do Estado), bem como ao arcebispo de Salvador Dom Murilo Krieger, uma vez que a Pró-Saúde tem na sua diretoria pessoas ligadas à Igreja Católica”.
“A CUT-BA e os sindicatos filiados, entre os quais o Sindilimp-BA, estão atentos porque com saúde não se brinca. Os trabalhadores exigem respeito e que se confirme o princípio constitucional de que saúde é um dever de Estado e direito de todos”, finaliza Edson Conceição Araújo.