Ataque a jornalista negro mostra racismo institucional existente na Bahia, afirma Sindilimp-BA
A diretoria colegiada do Sindicato dos Trabalhadores em Limpeza Pública, Comercial, Industrial, Hospitalar, Asseio, Prestação de Serviços em Geral, Conservação, Jardinagem e Controle de Pragas Intermunicipal (Sindilimp-BA), através de sua coordenadora geral, Ana Angélica Rabelo, manifesta seu repúdio à agressão policial sofrida pelo jornalista Marivaldo Filho no domingo, 5, no bairro do Bonfim. “
Marivaldo Filho é um jornalista que conhecemos e apreciamos seu trabalho. Foi espancado por policiais militares que devem proteger a sociedade. Isso ocorreu pelo fato dele ser negro? Estamos diante, além do despreparo dos policiais, de um caso de racismo institucional?”, questiona.
A sindicalista lembra que a categoria representada pelo Sindilimp-BA é majoritariamente negra. “Se com um jornalista conhecido, editor de política de um site com grande audiência (Bocão News), isso acontece, não é difícil imaginar o que ocorre nos bairros periféricos com as negras e negros de nossa categoria que acaba não alcançando os meios de comunicação por medo de denunciar. Uma vergonha que devemos combater e, em nome da direção do Sindilimp-BA e da categoria manifesto minha solidariedade a Marivaldo Filho e estaremos ao seu lado em todos os passos que ele desejar para denuncia a violência policial”.
Luiz Carlos Suíca, vereador de Salvador e membro da direção do Sindilimp-BA afirma que todos estão “consternados e ofendidos, primeiro porque conheço o trabalho de Marivaldo Filho há muito tempo e sei de sua dedicação, e segundo por ele ser negro e um promissor comunicólogo. Estamos vivendo um momento onde o ódio é disseminado de forma covarde e rasteira via racismo, homofobia, mentiras e o terror imperado nas ruas ganha força daqueles que deveriam ser o olho do Estado, que deveriam nos proteger. Fora que é um direito do jornalista atuar seja em caso de denúncia ou de qualquer outro”.
Marivaldo Filho presenciou um ataque de policiais contra um amigo que participava da mesma festa de aniversário que ele. O jornalista registrou a agressão em fotografias através do celular, foi agredido e levado sangrando na cabeça por uma viatura. “Estamos acompanhando o desenrolar do caso e esperamos que ele sirva de exemplo para que ninguém mais seja agredido pela Polícia Militar que deve proteger a sociedade e não para agredi-la. Basta de racismo institucional e de violência policial. Que tudo seja apurado e os responsáveis por essa covardia punidos”, finaliza Ana Angélica Rabelo.