
Sindilimp-BA manifesta total solidariedade
à Comunidade do Quilombo Rio dos Macacos
A diretoria do Sindicato dos Trabalhadores em Limpeza Pública, Asseio, Conservação, Jardinagem e Controle de Pragas Intermunicipal (Sindilimp-BA) manifesta a sua mais irrestrita solidariedade à comunidade do Quilombo Rio dos Macacos e exige que a Marinha do Brasil respeite a legislação e, principalmente, os Direitos Humanos assegurados pelas leis internacionais e pela Constituição Brasileira a qual todos estão submetidos, inclusive as forças armadas.
A Marinha do Brasil quer expulsar os quilombolas de Rio dos Macacos para aumentar sua área e construir mais residências para seus praças e oficiais. Para isso estão humilhando uma População centenária, cercam o quilombo, mobilizam tropas com armas de grosso calibre para intimidar e expulsar a população local.
A Comunidade, formada por mais de 100 famílias, vive no local há pelo menos dois séculos. A moradora mais antiga viva, nascida e criada lá, tem 110 anos de idade. Já a Marinha chegou muito tempo depois, na década de 1960, conseguindo que o Estado “desapropriasse” as terras e as entregasse a ela, para a construção da Base de Aratu.
Destacamos que o Quilombo do Rio dos Macacos está registrado no Livro de Cadastro Geral nº 013, Registro nº 1.536, de 26/11/2007, da Fundação Cultural Palmares.
Repudiamos mais um ato de pressão da Marinha do Brasil que ocorreu nesta segunda-feira, 28, quando um grupo armado do Corpo de Fuzileiros Navais foi à comunidade impedir a reconstrução da casa de um dos moradores que estava danificada em razão das chuvas que ocorrem em Salvador.
Claro que a comunidade não poderia aceitar a arbitrariedade de forma passiva. A casa que a Marinha Brasileira quer demolir pertence a um morador antigo da comunidade, José de Araújo dos Santos. Ela desabou por conta da chuva há cerca de quatro meses e só agora ele teve condições financeiras de levantar as primeiras paredes. Ele estava morando na casa de um vizinho. Agora que alguns amigos ajudaram é que ele teve como começar a reconstruir.
As entidades populares e o Poder Público não podem se omitir e permitir a humilhação dos quilombolas, desrespeito aos Direitos Humanos e a tentativa da Marinha em assumir para si o poder de Justiça. Ela não pode fazer Justiça com armas na mão e sem nenhum respeito à Constituição Brasileira.
Diretoria Colegiada do Sindicato dos Trabalhadores em Limpeza Pública, Asseio, Conservação, Jardinagem e Controle de Pragas Intermunicipal (Sindilimp-BA).